terça-feira, 8 de março de 2011

Lembranças...

Hoje, acordei com saudades do meu passado, da minha infância, dos meus amigos, da época do colégio, saudade das festinhas, dos bailinhos que fazíamos nas garagens da casa dos amigos, aonde havia a timidez para dançar com o menino ou a menina. Saudade do lanchinho da tarde que reunia os amigos da rua onde eu morava que só minha mãe sabia preparar. Tempo que não volta mais. Tempo que não tínhamos preocupações com nada, as preocupações estás que ficavam por conta de nossos pais. Acordei tão melancólica que  coincidência ou não me deparei com este poema na Internet e tenho certeza que quando lerem sentirão a mesma saudade que eu .
 

SAUDADES DO PASSADO


Hoje à tarde eu saí...
Caminhei sem destino...
O peito apertado e eu sabia o porquê...
Saudades, saudades da minha vida de menina,
da minha gente que já se foi...
Saudades de uma vida que passou.

Andei por ruas até chegar onde eu
havia nascido e passado minha infância e juventude.
Ah! Aquela rua! Quantas recordações
e segredos escondido naqueles belos flamboyans...

Ouvi risos de crianças, e nessa hora meu coração apertou.
Lembrei de você, mamãe, quando aos
sábados costurava para mim,
e cantava suas modinhas preferidas.
Eu nunca me perguntei: Será que ela é feliz?
Será que nunca sentia saudades da sua mocidade?

Nessa minha volta física ao passado, já em idade avançada,
eu me lembrei deles... dos meus queridos pais
sentados na varanda, tomando o tradicional
café das quinze horas, com pãezinhos feitos em casa.
Ainda sinto o aroma delicioso quando
eles saíam do forno, quentinhos e deliciosos!

Andei e, lentamente, a tristeza invadiu-me...
A casa onde morávamos tornou-se
um grande e frio arranha-céu,
revestido de mármore, sem alma, impessoal...
Onde estavam as mangueiras, as goiabeiras
e os flamboyans coloridos?

Olhei as casas antigas, relembrei quem morava ali...
No lugar dos arvoredos,
onde ficava o nosso clube de meninas,
modernos edifícios ocupam o espaço...
Eu me via menina ali pulando corda, jogando peteca,
brincando de pique-esconde, descendo a ladeira
no carrinho de rolimã, para desespero de minha mãe...

Eu me senti uma mulher triste e solitária,
melancólica, nostálgica e abandonada,
a caminhar por aquelas ruas que me trouxeram tantas recordações,
Com desalento constatei que nada mais restou....
Existia somente no meu coração,
nas minhas doces lembranças...
A saudade das tardes mornas, do gato da vizinha,
do meu cachorrinho Lassi, da boneca que
andava e falava mamãe, mamãe!

Mas, hoje, senti cheiro de despedida
como se aqui eu não voltasse mais...
Quero deixar na lembrança dos
momentos alegres que ali vivi,
os tristes que reencontrei e deixo aqui,
nesses prédios tão sombrios...
Na vida tudo passa, tudo se acaba,
e hoje senti que o meu passado
também já passou...
Enfim, acabou!


Texto de Arneyde T. Marcheshi
Me enxerquei ai , dentro deste poema. Ainda bem que nos dias de hoje podemos contar com a tecnologia e podemos fazer com que estas lembranças não fiquem só guardadas na nossa memória.
Abraço a todos
Cristiane Dias